Textor montou mega equipe para contratar novas estrelas para o Botafogo

O trabalho do departamento de scout do Botafogo tem sido amplamente elogiado, pois foi responsável por montar o elenco que lidera o Campeonato Brasileiro de 2023. 

No último domingo (10), o programa “Esporte Espetacular” da TV Globo fez uma análise detalhada do que eles chamaram de “departamento de informação”, com entrevistas com o diretor-executivo de futebol André Mazzuco e o head scout Alessandro Brito.

Botafogo revela os segredos do seu departamento de informação que impulsionou sua performance no Campeonato Brasileiro de 2023

“Sempre foi uma premissa do John Textor criarmos um sistema que funcionasse bem e fosse eficiente, de buscar jogadores que pudessem atender ao clube na sequência, com a necessidade imediata de montar equipe para a Primeira Divisão ano passado”, explicou Mazzuco.

“Tiramos a ideia de fazer um centro ou um departamento de inteligência e colocamos a ideia de um departamento de informação. Como produto final, a informação chega dentro de campo”, pontuou Alessandro Brito, que vive o dia a dia do futebol do Botafogo.

“Assim consigo entender a cabeça do treinador, o perfil do grupo e passar para nossos departamentos. Tudo nos fortalece na tomada de decisão para trazer um atleta”, acrescentou.

No ano de 2022, o Botafogo realizou investimentos significativos no mercado de transferências, desembolsando um total de R$ 73 milhões. Deste montante, R$ 65 milhões foram aplicados na primeira janela de transferências, com um acréscimo de R$ 8 milhões na segunda, demonstrando o compromisso do clube em fortalecer sua equipe.

“Na primeira janela em si foi mais em cima da oportunidade, daquilo que conseguíamos fazer para ter um respiro para a segunda e que pudesse apresentar qual seria a minha ideia, a ideia do departamento”, ponderou Brito.

“Começamos a cobrir mais campeonatos e mais regiões e ir atrás de oportunidades. Na segunda janela, queríamos elevar o nível e não trazer impacto financeiro”, contou.

Dentre os exemplos mencionados, o destaque recai sobre o centroavante Tiquinho Soares, que se encontrava no Olympiacos, da Grécia.

“Precisamos de um atacante em perfil específico, de altura, força, de saber segurar a bola e ter boa finalização. Isso dentro do processo de buscar e fuçar. Tiquinho estava lá na Grécia, antes era do Porto, vamos sentar para ver. Fomos a fundo e avaliamos ‘esse é o cara, realmente pode fazer diferença”‘, destacou Mazzuco.

Nem todo reforço passa por uma avaliação imediata e contratação instantânea. Às vezes, o processo de observação se estende, como ocorreu com o goleiro Lucas Perri, que tinha vínculo com o São Paulo e estava emprestado ao Náutico em 2022.

“Falamos muito de acompanhar os atletas que monitoramos, entender o que fazem, o que podem fazer e ter o momento certo de trazê-los para cá”, disse Mazzuco.

“Conseguimos através de pesquisas e ferramentas buscar contratos dos atletas, cessão de empréstimos, ter um controle do externo”, afirmou Alessandro Brito, que citou ainda o caso de Eduardo, que chegou ao Botafogo após passagem pelo Al-Ahli, da Arábia Saudita.

“Poucas pessoas o conheciam. O empresário nos liga, dizendo que estava com salário atrasado e poderia sair livre. Realmente assim foi, veio livre para nós”, acrescentou.

No ano de 2023, o Botafogo aportou um montante de R$ 38 milhões, destacando-se especialmente por investir em jovens talentos sul-americanos como uma de suas principais estratégias.

“São atletas que entendemos que têm total potencial de assumir responsabilidades ao longo do processo”, completou Mazzuco.