Quarentinha: Conheça tudo sobre a história do maior artilheiro do Botafogo

Imagine um atacante que, ao fazer um gol, o momento máximo de euforia em um jogo de futebol, simplesmente não comemorava. 

Agora, pense em um atacante que balançou as redes 313 vezes por um clube – e manteve a postura em todas essas ocasiões. Esse foi Quarentinha, maior artilheiro da história do Botafogo, que completaria 90 anos nesta sexta-feira (15).

Maior artilheiro da história do Botafogo, Quarentinha, completaria 90 anos hoje

O ex-jogador morreu em 11 de fevereiro de 1996, aos 62 anos, por um quadro de insuficiência respiratória. Pelo Botafogo, marcou 313 gols em 442 partidas em dez anos vestindo a camisa alvinegra.

Quarentinha nasceu em Belém do Pará e começou a carreira no Paysandu em 1950. Os primeiros passos de destaque vieram no Vitória três anos depois. Em Salvador, foi artilheiro e campeão baiano, o que chamou a atenção do Botafogo, que lhe contratou no ano seguinte, quando estava com 24 anos.

O atacante chegou a ser emprestado para o Bonsucesso em 1956, mas atuou nos outros nove anos em que esteve sob contrato com o Alvinegro. Deixou o clube no fim de 64 para atuar no futebol colombiano.

Quarentinha teve a honra de atuar ao lado de algumas das maiores estrelas do futebol brasileiro, como Didi, Garrincha, Amarildo e Zagallo, formando um time que ficaria marcado para sempre. 

Sua potente canhota era uma arma letal que aterrorizava goleiros adversários, tornando-o um destaque incontestável mesmo em meio a jogadores de nível internacional.

No entanto, o que realmente tornava Quarentinha notável era sua postura incomum. Ao balançar as redes, enquanto seus companheiros corriam para celebrar com saltos e abraços, Quarentinha simplesmente virava e caminhava para o centro do gramado. 

Essa atitude intrigava torcedores e jornalistas da época, que questionavam por que ele não comemorava seus gols com a mesma paixão demonstrada pelos demais.

A resposta de Quarentinha era direta e simples: ele acreditava que marcar gols era sua obrigação como atacante, afinal, era pago para isso. Essa mentalidade pragmática o impedia de extravasar em comemorações efusivas. Fora de campo, era uma pessoa tímida, mas dentro das quatro linhas, ele deixava a vergonha de lado e se transformava em um competidor feroz.

Sua carreira no Botafogo foi repleta de conquistas, incluindo três títulos cariocas (1957, 1961, 1962) e dois troféus no Torneio Rio-São Paulo (1962, 1964).

Além disso, Quarentinha brilhou em torneios amistosos ao redor do mundo, algo valorizado tanto pela imprensa quanto pelos torcedores da época. Individualmente, foi artilheiro do Campeonato Carioca em três temporadas consecutivas.

Na Seleção Brasileira, Quarentinha também deixou sua marca, com 17 gols em apenas 18 jogos disputados, de acordo com números divulgados pela CBF. Sua contribuição para o futebol brasileiro é inegável e perdura como parte fundamental da rica história do esporte.