CEO do Botafogo sugere mudança radical para acabar com dinheirão do Flamengo

CEO do Botafogo Thairo Arruda em entrevista ao podcast “Futebol Além do Óbvio”, do “Lance!” comentou sobre gestão e Fair Play financeiro no futebol brasileiro, para que não hajam hegemonias e também para que o crescimento sustentável seja coroado.

Quando o assunto do Fair Play foi citado, o dirigente comentou:

“Se você compra um ativo a um valor x e usa todo o recurso por ele gerado dentro da operação, você está abrindo mão do seu dividendo. Mas lá na frente, se fizer bom projeto esportivo, tem um clube que vale muito mais do que quando você comprou. Essa é a lógica do retorno do investimento. Mas para isso tem que ter breakeven, uma saúde financeira, para gerar esse valor de equity. O que acontece que prejudica os clubes a conseguirem o breakeven? É a concorrência desleal. Quando você olha o futebol, existe alta correlação entre gasto com jogador e resultado em campo. É fácil dizer quem gasta mais tem mais chance de ser campeão. Mas tem clube que gasta além da conta. Tem R$ 200 milhões de receita, decide gastar 300 ou 400 milhões. Cria vantagem competitiva desleal, está colocando em xeque projetos de breakeven, que são mais sustentáveis. Aconteceu com o Cruzeiro, ganhou tudo em determinado tempo, dois anos depois estava falido, aconteceu com o Atlético-MG também, teve muito endividamento após uma conquista.”

Fair Play geraria mudança radical

Segundo a fala do CEO, esse gasto exagerado de clubes, mesmo que gere receitas, é o que faz mal ao futebol brasileiro. Em todas as principais ligas da Europa existe o Fair Play financeiro, fator que segura os times de maior poder aquisitivo para que “loucuras financeiras” não sejam permitidas.

O gasto excessivo também não tem limite no país, visto que os dois clubes citados acabaram se colocando em situações complicadas de dívidas mesmo após grandes conquistas. O Cruzeiro com Campeonatos Brasileiros e a Copa do Brasil e o Atlético com a conquista do Campeonato Brasileiro depois de anos.