Goleiro John tem a chance de fazer algo histórico com a camisa do Botafogo
O futebol brasileiro, que há mais de um século resistia à inclusão de jogadores negros, viu essas mesmas figuras se tornarem protagonistas de algumas das páginas mais gloriosas da história do esporte. No entanto, apesar dos grandes ícones negros, a posição de goleiro permanece marcada por um preconceito persistente.
Por anos, se alimentou a ideia de que goleiros negros não eram confiáveis. No entanto, o Botafogo sempre foi um clube que desafiou esse estigma, abraçando goleiros negros em sua história de forma exemplar. Para saber mais detalhes acompanhe as informações a seguir no Portal do Botafoguense.
A história de goleiros Negros e o legado do Botafogo no combate ao preconceito
Atualmente, o titular da meta alvinegra, John, segue a tradição de grandes nomes como Manga, Wagner e Jefferson, considerados os melhores goleiros da história do clube. Para John, o Botafogo representa muito mais do que uma simples oportunidade no futebol. A representatividade dos ídolos alvinegros foi um fator essencial em sua trajetória.
“Quando comecei, não tinha essa dimensão do preconceito, mas sempre o presenciei. O que me marcou foi ouvir de um treinador que o Botafogo era um time que sempre abraçou goleiros negros. Para mim, isso era o mais importante: o talento”, conta Jefferson, que também serve como mentor para John. Desde a chegada de John, ele recebeu o apoio de Jefferson, e os dois compartilham mensagens regularmente nas redes sociais.
Esse legado vai além dos nomes que brilharam no passado. A base do clube, historicamente, também formou goleiros negros, como Renan, Andrew e Diego Loureiro. Para o historiador Luiz Antônio Simas, essa representatividade é fundamental para combater o racismo estrutural presente no futebol, um esporte que muitas vezes desqualifica a capacidade dos jogadores negros, especialmente no gol.
“É um grande passo ver o Botafogo, com sua grandeza, celebrando a história de goleiros negros, contrariando o imaginário que diz que o negro não é capaz de ter equilíbrio psicológico para jogar no gol”, afirma Simas.
Apesar do racismo estrutural ainda estar presente no futebol brasileiro e mundial, com casos de racismo como o enfrentado por Vinícius Júnior na Espanha, clubes como o Botafogo continuam sendo um exemplo de inclusão. Jefferson destaca a importância de se continuar falando sobre o racismo, afirmando que a única forma de combatê-lo é debater e expor a realidade.
“O racismo está em todos os lugares. Mas é essencial falar sobre isso, como estamos fazendo aqui, para que as futuras gerações possam viver um futebol mais justo e igualitário”, conclui John.
O legado do Botafogo e seus goleiros negros serve como uma lembrança de que o talento não tem cor e de que, no futebol, o que realmente importa é a qualidade e a dedicação de cada jogador.