Dirigentes de diversos clubes brasileiros expressaram surpresa diante da declaração feita por Wilson Luiz Seneme, chefe de arbitragem da CBF, sobre a capacidade do VAR de omitir certas imagens ao árbitro de campo durante a revisão de lances.
A informação foi divulgada pela coluna “Radar” da revista “Veja” nesta quinta-feira (6). Para saber mais detalhes acompanhe as informações a seguir no Portal do Botafoguense.
CBF: Clubes surpresos com declaração de Seneme sobre omissão de imagens pelo VAR
Em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Seneme revelou que, segundo o protocolo da Fifa, o árbitro de vídeo não é obrigado a mostrar todos os ângulos disponíveis ao juiz de campo. Esta revelação gerou um alvoroço entre os clubes, que até então desconheciam essa possibilidade.
O senador Carlos Portinho (PL-RJ), que recebeu as queixas dos dirigentes, mencionou um incidente específico para ilustrar a gravidade da situação. No jogo entre Botafogo e Palmeiras pelo Brasileirão-2023, a omissão de ângulos que mostravam que o jogador Adryelson tocou primeiro na bola levou Portinho a solicitar que o Ministério Público iniciasse uma investigação sobre a possível manipulação de imagens do VAR.
Portinho destacou a necessidade de transparência e rigor nos procedimentos do VAR: “É lógico que a regra manda o VAR enviar os melhores ângulos para o árbitro em campo. Mas isso não significa que o VAR possa suprimir os melhores ângulos, que foi o que aconteceu no caso,” declarou ele à coluna “Radar”.
O senador fluminense também enfatizou a importância de uma ação coletiva por parte dos clubes: “Os clubes todos deveriam se unir e exigir protocolos mais rígidos do VAR. (Isso) é manipulação de imagem. É coisa muito séria, que justifica uma investigação ser aberta pelo Ministério Público. É a materialidade dos indícios levados pelo Textor à CPI.”
A declaração de Seneme e as repercussões subsequentes ressaltam a crescente preocupação com a integridade das decisões tomadas com auxílio do VAR no futebol brasileiro, levantando questões sobre a necessidade de reformulação dos protocolos de arbitragem para garantir uma maior transparência e justiça nas partidas.
