Arábia e outras ofertas: Técnico líder com o Botafogo revela chuva de propostas para sair do clube

Em uma entrevista recente, Luís Castro, ex-técnico do Botafogo, abordou sua relação afetiva com o clube brasileiro e a decisão de deixá-lo para assumir o comando do Al-Nassr, na Arábia Saudita. 

A conversa revelou aspectos sobre sua passagem pelo clube e os motivos que o levaram a mudar de cenário, mesmo com o Botafogo liderando o Campeonato Brasileiro-2023 após 12 rodadas.

Luís Castro explica saída do Botafogo rumo ao Al-Nassr: forte relação ainda permanece

O treinador português compartilhou que sua ligação com o Botafogo permanece forte, mas sua saída só ocorreria caso um objetivo específico fosse alcançado. 

Castro admitiu que rejeitou várias ofertas anteriores antes de aceitar o desafio de rumar para a Arábia Saudita. Na entrevista, ele explicou que a proposta do Al-Nassr era atraente e oferecia um conjunto de circunstâncias que ele considerou irrecusáveis.

No entanto, como a situação foi conduzida gerou polêmica na época de sua saída. Enquanto concedia entrevistas coletivas, negando oficialidade à proposta do Al-Nassr, notícias contraditórias sobre sua partida começaram a circular, destacando a iminência da mudança. 

“Quando fui contratado pelo Botafogo, eu tinha o compromisso de construir uma organização, construir um elenco para uma equipe pronta a lutar por algo maior do que aquilo que existia quando cheguei. Esse algo maior era lutar por uma vaga na Libertadores e ser uma equipe que sempre fosse respeitada onde fosse jogar. Essa construção foi feita, aquilo que era meu compromisso com o clube em termos de projeto, eu o senti sólido, senti que tinha uma organização pronta para atacar qualquer adversário no Brasil” disse Castro.

“Houve várias propostas (para sair), o ano foi muito rico em propostas, foi muito visível. Nenhuma delas me fez deixar o Botafogo, achava que tinha algumas coisas a consolidar, mesmo na defesa, na transição da temporada tínhamos que consolidar e era importante fazê-lo. Depois de feito e de sentir, aí já se pode pensar em outras coisas”, completou.

Sobre essa controvérsia, Luís Castro ressaltou que ainda mantém um vínculo emocional com o Botafogo, mas fez questão de elencar os motivos pelos quais optou por aceitar o desafio no Oriente Médio.

“O contrato prevê, aí podemos pensar. Isso não está em causa… Para mim, as coisas estão muito claras na minha cabeça. Eu vendo trabalho para minha empresa e tenho contrato assinado com a minha empresa. Se a sua empresar lhe quer por 30 milhões ou por 5 milhões… Desde que as alíneas sejam cumpridas, está tudo certo. Para mim, a vida é muito simples, muito pragmática, naquilo que é o trabalho, a relação laboral. Depois, tem o lado emocional. Eu me liguei emocionalmente muito ao Botafogo, continuo ligado emocionalmente, tenho lá muita gente que gosto muito e gosto muito do clube. Mas isso não invalida o que fui vendo, qual o momento da minha vida que estaria adequada minha saída ou não. Para essa proposta do Al-Nassr, que é um projeto pouco parecido com a do Botafogo, de construção de uma equipe, de uma organização, de nos estabilizarmos a equipe num nível alto, deitar o olho sobre a academia (base)… É exatamente um Botafogo com uma dimensão muito parecida“, ressaltou Castro.

“Tranquilo, não há dúvida alguma (de que o legado está lá). Podem dizer o que quiser, tenho a consciência tranquila do que foi meu papel no Botafogo. Fui mais um a trabalhar lá. Não quero falar mais do que já falei, é algo que me orgulha muito a passagem por um clube de tanto prestígio como o Botafogo. Durmo com a consciência tranquila”, finalizou.